Por que me sinto vazia mesmo quando não falta nada?
- Fernanda Gregório Fonseca

- 7 de jul.
- 2 min de leitura
Talvez você tenha se reconhecido no texto anterior, ao perceber o quanto se sabota sem entender por quê. Hoje, seguimos um pouco além na sensação silenciosa que muitas mulheres carregam: estar vivendo coisas boas, mas se sentirem emocionalmente vazias.
Sim, tem dias em que a vida parece estar nos trilhos. Mas dentro, algo não encaixa.

Quando tudo está bem, menos você
Você tem um trabalho estável, uma rotina, pessoas por perto, às vezes até sorrisos. Mas no fundo, sente como se algo estivesse faltando, e pior: se culpa por isso.
“Eu não tenho do que reclamar.”
“Tem gente passando por tanta coisa pior.”
“Era pra eu estar feliz.”
Esse conflito é comum e profundo.
Muitas vezes, ele não fala de ingratidão, fala de desconexão.
O vazio não é ingratidão.
É sinal de afastamento de si mesma
Desde cedo, talvez você tenha aprendido a fazer o que esperavam.
A agradar, servir, funcionar.
Foi elogiada por ser forte, madura, “boazinha”.
Mas pouco se falou sobre o que você sentia, se é que falou.
Então você cresceu aprendendo a ignorar sinais internos. Passou a viver para os outros, sem se dar a devida atenção, a se ocupar com papéis e metas.
Até que um dia… percebe que não sabe mais do que você gosta., do que precisa, do que faz sentido pra você.
Essa sensação de vazio, muitas vezes, nasce aí: quando você está tão longe de si, que mesmo a vida cheia parece não preencher.
Você não é ingrata. Você está desconectada
O vazio não é erro. É convite. Ele vem pra mostrar que a alma precisa de reencontro. Que você merece viver com sentido, e não só com tarefas cumpridas.
Fé que traz sentido ao invisível
Talvez você tenha tentado preencher esse vazio com produtividade. Relacionamentos. Espiritualidade forçada. Mas nada preenche quando a base está desconectada.
A fé verdadeira não exige que você esteja cheia. Ela acolhe até seus vazios. Deus não se assusta com seu silêncio. Ele habita também nas pausas. Ele se revela no reencontro com o essencial.
E o essencial é você estar/ser inteira, sentindo, vivendo com sentido, e não só com performance.
Como começar a se reencontrar
Dê nome ao que sente. Não tente justificar. Apenas sinta e reconheça.
Reduza o ruído. Menos distrações. Mais espaços de pausa. Menos respostas prontas.
Escute seu corpo. Às vezes, ele sente antes da mente entender.
Permita-se fazer perguntas. Não fuja de si. Nem das partes suas que você ainda não entende.
Busque escuta. Terapia é esse lugar de reencontro.
Seu vazio não é um fim. É um ponto de partida
Você não está quebrada.
Está acordando.
O vazio não precisa ser vencido.
Precisa ser escutado.
E talvez seja justamente nessa escuta que você volte a “sentir sentido”. Não o sentido que o mundo cobra, mas o sentido que faz seu coração respirar de novo.
Não apresse esse processo. Ele é sagrado.
Você não precisa preencher tudo agora.
Só precisa começar a voltar pra si.
Selah.
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