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Quando você para de se desculpar por existir

Ela entrou na videochamada pedindo desculpas. Pela internet que estava instável.

Por estar dois minutos atrasada.

Por estar “meio bagunçada hoje”.

Por ocupar meu tempo com “coisas bobas”.


Foram cinco desculpas em menos de três minutos.


E eu percebi: ela não estava se desculpando por coisas que fez.

Estava se desculpando por existir.



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A anatomia de uma desculpa constante


Quantas vezes por dia você diz “desculpa” sem nem saber por quê?


“Desculpa te incomodar, mas…”

“Desculpa, sei que você está ocupado…”

“Desculpa por estar chorando…”

“Desculpa por precisar de ajuda…”


Por trás de cada “desculpa” existe uma crença silenciosa: “Eu não deveria estar aqui. Não deveria sentir isso. Não deveria precisar disso.”


A psicanálise nos ensina que essas desculpas constantes são sintomas. Não de educação, mas de um padrão profundo que diz: sua existência é um incômodo.


Quando existir vira um pedido de licença


Crescemos ouvindo que criança não pode incomodar. Que não poderíamos ser “demais”. Que não podemos ocupar muito espaço, fazer muito barulho, sentir muito forte.


Resultado? Adultos que pedem licença para existir.


Pedimos licença para ter opinião.

Para sentir raiva.

Para dizer não.

Para ocupar o próprio lugar.


Mas existir não é favor que você pede.

É direito que você tem.


O peso da gratidão forçada


“Você deveria ser grata por ter onde morar.”

“Deveria ser grata por ter um marido.”

“Deveria ser grata por ter trabalho.”


A gratidão virou uma prisão. Como se reconhecer que algo não está bom fosse ingratidão. Como se ter limites fosse falta de humildade.


Mas você pode ser grata e ainda assim querer algo diferente.

Pode reconhecer o que tem e ainda assim buscar o que precisa.


Gratidão não é conformismo. É reconhecimento.

E reconhecer inclui aceitar que você tem o direito de querer mais, de ser mais, de viver mais.


Deus não criou você para se esconder


Talvez você , como eu, aprendeu que ser cristã é ser pequena. Que humildade é se diminuir. Que santidade é não incomodar.


Mas olhe para as mulheres da Bíblia.

Ester não pediu desculpas por salvar um povo.

Maria não se desculpou por carregar o Salvador.

A mulher samaritana não se desculpou por questionar Jesus.


Deus não te criou para você se esconder.

Te criou para você ser você, com suas opiniões, seus sentimentos, seus sonhos, suas necessidades.


Sua existência não é um erro que precisa ser corrigido. É um milagre que precisa ser reconhecido e celebrado.


O dia em que ela parou de se desculpar


Voltando àquela sessão…


Depois de algum tempo conversando sobre seus padrões, ela chegou diferente. Entrou em nosso link semanal, se acomodou e disse: “Hoje eu não vou pedir desculpas por estar aqui.”


Foi um marco. Pequeno, mas revolucionário.


Porque parar de se desculpar por existir é o primeiro passo para começar a viver de verdade.


Você não precisa de licença para ser você


Se você se reconheceu neste texto, quero te deixar algumas verdades:


Você não precisa se desculpar por sentir.

Não precisa se desculpar por precisar.

Não precisa se desculpar por ter opinião.

Não precisa se desculpar por ocupar espaço.


Você pode existir sem pedir licença.

Pode ser você sem se justificar.

Pode viver sem se diminuir.


Sua existência é um presente.

Para você, para quem te ama, para o mundo.


Talvez seja hora de parar de se desculpar por desembrulhar esse presente.


Se você se reconheceu neste padrão de se desculpar constantemente, saiba que não está sozinha. Este é um dos temas mais comuns que trabalho em sessão online.

Se este texto tocou em algo profundo em você, e você sente que precisa de um espaço seguro para explorar esses padrões, estou aqui para te escutar. Ofereço psicoterapia online em um ambiente acolhedor e sigiloso. (Me chama no chat)

Às vezes, o primeiro passo é parar de se desculpar por precisar de ajuda.


Selah

 
 
 

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